quarta-feira, 3 de março de 2010

O MUNICÍPIO DO SÉCULO XXI



No século XIX, um viajante estranjeiro, cruzando o Vale do Paraíba em direção a São Paulo, ironizou as cidades encontradas no caminho, por considerá-las modestos povoados, não merecedoras das prerrogativas asseguradas aos centros urbanos enquadrados naquela condição.Buscando entender o fato, justificou-o pelas distâncias que à época isolavam umas vilas das outras, o que permitia que sua administração fosse centralizada em pólos mais importantes, porém longínguos.
Na realidade, tratava-se da persistência de antigos padrões herdados de Portugal, que valorizavam a autonomia dos municípios como fundamento da própria nação. Afinal, não fora aliando-se e concedendo tantas franquias aos burgos que, no século XIV, D. João I assegurava a independência do reino contra os castelhanos, consolidando as condições para a expansão marítima do reino?
No Brasil de hoje, como no de ontem, os municípios desempenham papel semelhante: alicerçam a unidade nacional e constituem a base primeira do desenvolvimento. Afinal, é nele que tudo se dá: as oportunidades de trabalho e de lazer, a difusão da educação e da cultura, o exercício mais imediato da cidadania. Pois não era o cidadão, originalmente, aquele que habitava a cidade?
Enormes, portanto, as responsabilidades do administrador municipal. Especialmente em um momento em que é unânime a exigência de austeridade nos gastos e investimentos, rigor na gestão pública, seriedade em todos os atos do governo.

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