quarta-feira, 19 de maio de 2010

ELEVAÇÃO

A coluna onde vocês agora têm assento é a coluna da beleza, da arte, da sensibilidade, da harmonia...

É a coluna onde devem ter assento os músicos, os poetas, os pintores, os sonhadores, que, como vocês, assumem compromisso com a arte, vivem para a beleza e sabem criar e dar forma ao belo, dando polimento e brilho à pedra cúbica...

Apenas por um momento deixo a realidade desta sessão, peço uma licença poética aos meues queridos Irmãos...e sonho...

Sonho dirigindo os olhos da alma, a terceira visão, à coluna do Sul e lá... vejo, por obra e fantasia da imaginação, os vultos, a sutil presença espiritual dos maiores gênios que a humanidade já conheceu e que com certeza, se comparecessem numa sessão... na coluna do Sul estariam presentes...

Um pouco mais de asas na imaginação... e vejo... na coluna da Harmonia, o nosso Amadeus, o nosso Irmão Mozart, executando acordes de sua ópera A Flauta Mágica, fantástica obra, de cunho esotérico, repleta de simbolismos e ensinamentos ocultistas...

Quase ao seu lado estaria Leonardo da Vinci, no ato de burilar o enigmático sorriso da Gioconda, eternizada na técnica do sfumato, que apenas ele, mestre Leonardo, dominava... nos albores da Renascença... ou então dar a vida aos apóstolos de Cristo, em sua última e Santa Ceia, em que, por sutilezas de forma e de cor, Leonardo nos apresenta, ao mesmo tempo, os 12 apóstolos e os 12 signos zodiacais...

Mais adiante, surge o rosto feio de Michelangelo Buonarroti, com os olhos avermelhados e injetados de sangue...sequela do tempo em que decorou o teto da Capela Sistina com o rosto voltado para cima, recebendo nos olhos os respingo de suas tintas miraculosas...

Michelangelo, dando acabamento, dando o polimento final e o brilho na fria pedra marmórea que o seu gênio transforma na Pietá...

Não poderia faltar, nestas imagens oníricas, a figura ímpar e inconfundível de Willian Shakespeare, absorto, comedido, talvez mentalmente elaborando o pensar profundo do Coriolano, os monólogos fortes de Hamlet ou os diálogos românticos de Romeu e Julieta...

Nem faltaria, disso tenho certeza, o belo perfil de Castro Alves, o príncipe dos poetas brasileiros, sonhando com a abolição dos negros e compondo à Liberdade...

E por mais que eu me embrenhe neste sonho, por mais delirante que sejam minhas visões, na verdade não me afasto muito da realidade... porque na coluna do Sul é assim mesmo... dedicada à beleza em suas múltiplas facetas.

É a coluna que , a partir de hoje, eu paço a ocupar.

E se vocês forem... como eu sei que são... românticos e sonhadores, nesta coluna vocês verão o que hoje eu vi, sentirão o que eu senti, viverão o que eu vivi...

E compartilharão de meu sonho...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA - 13 DE MAIO


''Os negros não tem alma...

A raça negra portanto não é humana...

Constituída por seres da Natureza, são destinados, por Deus, a viver nas selvas... ou então a ajudar os homens nos trabalhos pesados, como fazem os cavalos, os jumentos e os bois.''


Duras palavras ... que ofenderam os ouvidos de meus Irmãos...

E, no entanto... este conceito... por mais delirante, absurdo e irracional que hoje nos pareça, foi o conceito oficial da nobreza e do clero, com relação aos escravos.

E isto aconteceu não em outro planeta... não há dez mil anos... mas aqui no Brasil a cento e poucos anos.

Se hoje tudo mudou, é porque as trevas deram lugar à Luz. É porque lutaram homens como Zumbi dos Palmares, Joaquim Nabuco, José do Patrocinio... É porque mobilizaram-se poetas e intelectuais como Castro Alves e Rui Barbosa... É porque sensibilizaram-se mulheres do porte da Princesa Isabel.

Também contribuiu a Maçonaria. Muito antes da Abolição, as Lojas Maçônicas cotizavam recursos financeiros, com os quais os escravos eram comprados... não para aviltá-los ainda mais, mas para dar-lhes a tão sonhada carta de alforria... o passaporte para a LIBERDADE.


PRECISAMOS AINDA DE NOS LIBERTAR, DOS PRECONCEITOS E DAS DIFERENÇAS SOCIAIS.


Liberdade, Igualdade e Fraternidade...